segunda-feira, 9 de julho de 2012

Rede precisa ir além da venda da Celpa

A venda da distribuidora paraense Celpa não vai resolver definitivamente os problemas financeiros do Rede Energia, que ainda precisará de uma capitalização, conforme afirmou ontem o controlador do grupo, Jorge Queiroz. Ele disse que outras empresas do Rede Energia podem ser vendidas, inclusive em bloco, mas deixou claro não ter recebido nenhuma oferta concreta.
“Tivemos muita conversa, mas nenhuma proposta”, revelou Queiroz, em audiência pública na Câmara dos Deputados. Segundo ele, se a Equatorial concretizar a compra da Celpa, será um “grande passo” para melhorar as contas do Rede Energia, mas “não o suficiente”. “O grupo ainda precisa de capitalização.”
Além da Celpa, outras oito distribuidoras fazem parte da holding. As maiores são a Cemat (MT), a Celtins (TO) e a Enersul (MS). Cinco empresas paulistas de pequeno porte também estão na lista: Bragantina, Caiuá, Companhia Força e Luz do Oeste, Nacional e Vale Paranapanema.
Quanto ao futuro da Celpa, que está em recuperação judicial e tem uma proposta de compra pela Equatorial Energia, Queiroz garantiu que o governo apoia o negócio. “Essa proposta é muito bem vista por todas as autoridades federais e pelo governo do próprio Estado”, comentou o empresário, à frente do conselho de administração da distribuidora paraense. A Celpa terá uma assembleia de credores na segunda-feira, mas tudo indica que uma decisão será adiada. “É normal, nesses casos, que os credores peçam adiamento. A segunda assembleia, então, seria no início de agosto”, disse Queiroz, traçando um cenário otimista. “A Celpa caminha para ter uma recuperação judicial bem sucedida.”
Queiroz vê a necessidade de capitalizar a própria Celpa e alongar o perfil de sua dívida, mas garante que o plano de obras apresentado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) será cumprido. Ele argumentou que já se pode notar a evolução dos indicadores de qualidade dos serviços. Na região metropolitana de Belém, por exemplo, houve redução superior a 25% na frequência e na duração dos cortes de luz desde o início de 2011.
O DEC, indicador da Aneel que mede a duração das interrupções no fornecimento, caiu de 52,6 horas/ano em janeiro de 2011 para 39,2 horas/ano em fevereiro de 2012. “A meta da Aneel é de 32 horas/ano”, afirmou. O FEC, índice que registra a quantidade de interrupções, caiu de 36,9 vezes/ano para 28,6 vezes/ano no mesmo período, na região metropolitana de Belém. “Isso é 30% menos do que o poder concedente tem nos exigido”, completou.
O presidente do Sindicato dos Urbanitários do Pará, Ronaldo Cardoso, defendeu a federalização da distribuição pela Eletrobras. “Hoje a Cemar (empresa maranhense controlada pela Equatorial) está entre as cinco maiores tarifas do Brasil, mas demitiu 1.400 mil trabalhadores desde que a Equatorial assumiu a gestão. A solução passa pela federalização da Celpa. Não podemos admitir que o governo federal tenha R$ 30 bilhões para investir em Belo Monte e não tenha dinheiro para assumir a distribuidora do Estado. O Pará não é o almoxarifado do Brasil.”

Fonte: Valor Econômico

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