segunda-feira, 4 de junho de 2012

Violência crescente contra indíos resulta de conflitos fundiários


Do total de número de assassinatos de indígenas no país, 57% ocorrem no estado do Mato Grosso do Sul
O último relatório de violência contra povos originários,publicado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), registrou 60 assassinatos de indígenas em 2010, número igual aos anos de 2008 e 2009. Entre os casos de violação dos direitos humanos estão espancamentos, ameaças demortes e falta de assistência nas áreas de educação e saúde. Para a antropólogaBetty Mindlin, o grande desafio é fazer com que os direitos indígenas sejamdefendidos, num momento de intensificação de conflitos fundiários.
Na luta por terra, as grandes obras, o agronegócio e aagricultura extensiva são fatores que afetam as comunidades e a integridadeterritorial e ambiental das áreas indígenas. Segundo Betty, ressaltando aregião amazônica, os apoiadores dessa causa também estão sujeitos a ameaças. “Aviolência à qual me refiro é principalmente a violência física. Qualquer pessoaque defenda os índios está sujeita a ser assassinada na Amazônia, como jornalistase cineastas”, afirma.
Dos casos de assassinatos de indígenas no país, 57% ocorrem noestado do Mato Grosso do Sul, afirma relatório. A antropóloga, atuante há cercade 40 anos na área, relata que ao longo de sua trajetória foi testemunha demuitos casos de mortes, em que os assassinos permanecem impunes.  “Os casos não estão diminuindo e isso é prova deque alguma coisa está errada na condução dos grandes projetos econômicos eambientais do Brasil”, diz.
- Numa realidade emque o capitalismo econômico está prevalecendo, conservar as línguas, a cultura,as terras indígenas e os recursos ambientais diante dos grandes projetoseconômicos é importante, assim como preservar a ideia de uma forma de ser e devida artística como a dos indígenas, afetiva e coletiva, com a cidadania brasileira – afirma.  
Para Betty, a vida e a preservação do mundo ambiental, precisamentrar no cálculo econômico. Segundo ela, é preciso levar em consideração, ao sepensar num país igualitário com a construção de estradas e de hidrelétricas, osefeitos sobre a vida humana.

Fonte: Correio do Brasil

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