A deputada estadual
Bernadete ten Caten, que se encontra em viagem à Brasília, onde cumpre longa
agenda do mandato em busca de melhorias e recursos para o Estado, sobretudo
para as regiões sul e sudeste do Pará, se disse muito feliz com a aprovação,
por unanimidade, pelo plenário da Assembleia Legislativa, do requerimento de
sua autoria que solicita, do secretário de Estado de Saúde, Hélio Franco, a
imediata descentralizacão do atendimento aos portadores de Hepatite C. Eles
enfrentam grandes e graves problemas, sobretudo com a locomoção, para vir em
busca de tratamento até Belém, muitas vezes gastando sem ter para aqui chegar e
nem conseguirem o que vieram buscar. Pior, em alguns casos, chegando a óbito
devido as grandes distâncias percorridas, o que pode ser minimizado com a
descentralização.
Entende a parlamentar que a
descentralização desse serviço, de grande utilidade e responsabilidade do governo,
irá facilitar e muito a vida da população paraense que sofre desse mal e que
necessita de tratamento sério, adequado, que pode ser feito em pólos mais perto
de onde moram.
Justificativa a parlamentar
petista que a “hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado,
que pode resultar desde uma simples alteração laboratorial (portador crônico
que descobre por acaso a sorologia positiva), até doença fulminante e fatal
(mais frequente nas formas agudas)”.
Esclarece que esta é “uma
doença que mata sete vezes mais que a AIDS e têm dez vezes mais pessoas
contaminadas do que com AIDS, mas infelizmente o governo em todos os níveis
ainda não dá a importância devida a essa maligna patologia”.
“Silenciosa, a hepatite C é
um mal que ataca 1% da população do Estado do Pará. Somente em Belém, estima-se
que, em média, sejam 12 mil pessoas contaminadas com o vírus da doença. Mais
resistente do que o HIV, ele pode passar décadas sem se manifestar, enquanto
destrói lentamente o fígado do paciente. Caso não seja detectada em sua fase
inicial, através de exames específicos, a hepatite C pode levar à morte”.
Por ser bastante resistente,
mais até do que o HIV, o vírus da Hepatite C, dizem os médicos, “apresenta
maiores probabilidades de propagação e contaminação, principalmente através de
atividades que implicam contato físico seguido da troca de secreções corporais.
Por conta disso, alguns estúdios de tatuagem e salões de beleza ajudam a
disseminar a doença. 'Em salões e estúdios de tatuagem, onde não existe
autoclave, que é uma espécie de esterilizador, é muito fácil contrair a
hepatite através do compartilhamento de alicates e agulhas, por exemplo. Isso
porque o vírus da hepatite C é tão resistente que não morre em contato com o
ar. Então, ao passar de um cliente para outro sem ser devidamente esterilizado,
o equipamento contaminado pode transmitir a doença. Quem faz tatuagem deve
exigir o uso da autoclave. E no c aso dos salões de beleza, o ideal seria cada
cliente levar o seu próprio kit de manicure”.
Bernadete salienta que outro
problema levantado pela hepatologia se refere ao caráter silencioso da doença.
“Ela pode passar até 30 anos destruindo lentamente o fígado do paciente sem
levantar suspeitas. Em alguns casos, somente quando a hepatite C está em
estágio avançado é que começam a aparecer os primeiros sintomas. Na maioria das
vezes, pode ser tarde demais, pois o funcionamento do fígado corre o risco de
estar comprometido pela doença. Além disso, ele está profundamente associado ao
vírus HIV, uma combinação mortal que, junto com outros tipos de hepatite, é
responsável por 52% das mortes por AIDS no Brasil”.
A deputada explica que a
hepatite “precisa de mais divulgação, além de mais testes de detecção e busca
ativa, seguida de serviços especializados e multidisciplinares, medidas
necessárias para evitar a evolução natural da doença até o ponto em que a única
terapia possível é o transplante”.
Lembra a parlamentar que “o atendimento
só é dispensado em Belém, por isso, os pacientes precisarão se deslocar para se
consultar e receber o tratamento quando dispensado. O transtorno é muito
grande, uma vez que, muitos têm que se deslocar de localidades de difícil
acesso para poder ter esse atendimento e muitas vezes nem conseguem. A
descentralização é necessária para evitar esse transtorno, conforme relato do
presidente da APAF - Associação dos amigos do fígado, Benedito Almeida. Diz
ainda Bernadete que também é preciso considerar que no mesmo período, 65% da
população de portadores do Estado do Pará se concentrava na capital. É muito
comum que pacientes de outros municípios venham periodicamente se tratar na
capital devido à falta de atendimento especializado no interior do Estado e
acabam vindo a obtido pela distância percorrida até a capital .
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