quinta-feira, 26 de maio de 2011

Iriny Lopes defende maior participação da mulher na política brasileira

A reforma política é fundamental para a modernização e democratização do país, especialmente para ampliar a presença das mulheres na política brasileira, afirmou hoje (26/5) a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) durante entrevista concedida ao programa Bom Dia Ministro. Segundo Iriny, o papel da Secretaria é discutir com o Congresso Nacional, com os movimentos sociais e com a sociedade, para que isso se torne possível. Na avaliação da ministra, foi determinante para a história do país -- e para reafirmar a própria condição da mulher -- a eleição de uma mulher para a Presidência da República.
“Esse é um marco que demonstra que há uma condição real de superação do preconceito, da intolerância que ainda existe contra as mulheres na sociedade brasileira.”
Apesar disso, Iriny enfatiza que o fato de a presidenta Dilma ter sido eleita, por si só, não criou um efeito cascata que ampliasse a presença das mulheres no governo dos estados, na Câmara dos Deputados, no Senado e nas assembléias legislativas, nas eleições de 2010. Por isso, disse ela, é preciso garantir a ampliação do número de cadeiras destinadas às mulheres. Para Iriny, a reforma política é fundamental para que as mulheres possam crescer nos postos de comando e de decisão do país.
Ouça abaixo a íntegra do programa “Bom Dia Ministro”.
“É totalmente distorcido do que é a realidade e da composição da sociedade. Nós somos 52% da população e somos 51% do eleitorado. Então, tem alguma coisa que está errada na democracia brasileira.”
Durante a entrevista, a ministra afirmou que as principais conquistas das duas Conferências Nacionais de Políticas para as Mulheres já realizadas foram a produção de um plano nacional para o segmento, o que fez uma diferença muito grande, na sua avaliação. Do plano, Iriny destacou algumas iniciativas como muito importantes, tais como a redução de homicídios contra mulheres, a ampliação das mulheres no mundo do trabalho, e sua presença garantida em grandes obras públicas, como o PAC.
Na 3ª Conferência, que será realizada brevemente, haverá a realização de um balanço da aplicação do plano, entre outras atividades. Segundo Iriny, o importante é que na 3ª Conferência “que a gente não se disperse, mantenha o foco”, porque as políticas brasileiras para as mulheres são hoje reconhecidas internacionalmente, pelo seu resultado e eficácia.
No campo da comunicação, da relação das mulheres e a mídia, a ministra enfatizou que é preciso haver uma política de valorização das mulheres, baseada em um debate – que já vem sendo feito – a respeito do uso da imagem da mulher e da mudança da lógica de enxergar as mulheres como um objeto que ajuda a vender produtos.
Questionada sobre o despreparo das delegacias durante o atendimento a mulher, Iriny concordou em que ainda há muitas denúncias, pelo Brasil, de intolerância durante o recebimento das mulheres vítimas de violência nas delegacias, o que demonstra o despreparo dos profissionais, que necessitam de uma qualificação mais adequada. Segundo a ministra, o assunto já foi objeto de diversas reuniões com o Ministério da Justiça e com os governos estaduais e municipais, e reiterou que o governo federal precisa dessa parceria, porque não pode fazer tudo sozinho.
“O que precisa é que os governos de estado e dos principais municípios possam efetivamente se conscientizar da necessidade dessa qualificação e junto conosco ampliar a parceria que já existe, para garantir que essa postura seja superada.”
O número de mulheres que são chefes de família, cada vez mais significativo é, segundo a ministra, uma questão relevante na construção de políticas publicas. A esse respeito, Iriny informou que o governo federal está construindo diversos programas com linhas de crédito para atender especificamente essas mulheres, além de medidas de qualificação que lhes garantam autonomia e dignidade na condução de suas vidas. Em relação à questão da igualdade na remuneração entre homens e mulheres, Iriny avaliou que isso depende da conscientização das empresas de que o tratamento diferenciado é inconstitucional – uma vez que os todos são iguais, e de uma fiscalização mais rigorosa pelo Estado.
Sobre a Lei Maria da Penha, a ministra avaliou que ela “não precisa de reparo. O que falta é o cumprimento da Lei Maria da Penha”, ou seja, não pode existir lei que pega e lei que não pega, pois lei é lei e precisa ser cumprida, explicou ela. Para Iriny, a violência praticada contra a mulher é motivada exclusivamente pelo fato de ela ser mulher. “Isso é uma coisa das cavernas”, avaliou a ministra durante a entrevista, e “nós precisamos mudar essa cultura".

Blog do Planalto (planalto.blog.gov.br)

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