quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Semana do aleitamento começa hoje


Leite materno tem quase 250 insubstituíves para a saúde da criança (Foto: Diário do Pará)
Recém-chegada ao mundo, a pequena Beatriz mostra que é esperta. Agarrada ao seio da mãe, em menos de 24 horas aprendeu o imprescindível: sugar o seu alimento. “A primeira mamada veio uma hora depois do parto. Foi incrível, ela se agarrou e pronto. Não tivemos problema”, orgulha-se mamãe Dilmara dos Santos, 25, que no único minuto em que ousou tirar a menina da mama – queria aparecer no jornal com os cabelos alinhados - foi chamada atenção. “Ela tem uma garganta boa. Tá assim quietinha como se estivesse dormindo, mas é só tirar que começa o choro. Agora encontrei”, brinca a mãe, que em poucas horas já perdeu as contas de quantas vezes amamentou.
“É na hora que ela quer. Estou aqui a disposição”. E assim, ganham mãe e filha. Afetiva e organicamente.
“O ato de amamentar só traz vantagens para a mãe e para o bebê. O vínculo entre os dois fica fortalecido, a mãe fica mais segura e tranquila e o bebê cresce e se desenvolve mais saudável já que no leite materno estão presentes mais de 250 componentes ativos, proteínas, ácidos graxos”, explica a nutricionista e coordenadora do Banco de Leite da Santa Casa, Cynara Souza. Segundo ela, além de um ato de amor, amamentar é uma ação que demonstra consciência. “Amamentar é pensar no futuro, pensar em um adulto saudável. Além do mais, o leite materno é um alimento que já está pronto e é gratuito. É ecologicamente correto e economicamente viável”, avalia a especialista.
Dados do Ministério da Saúde mostram que cerca de 56,1% das mães da capital paraense seguem a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e alimentam seus recém-nascidos durante os seis primeiros meses de vida exclusivamente com leite materno. Breves, Marituba e Cametá apresentam percentuais ainda melhores - 58,73%, 60,82% e 66,45%, respectivamente – superando a média nacional que não ultrapassa os 41%. Para aumentar cada vez mais os índices há mais de 20 anos cerca de 150 países organizam a Semana Mundial da Amamentação.
Em Belém, a programação tem início hoje, com abertura na Santa Casa de Misericórdia. Palestras, certificações, oficinas para mamães e arrecadação de recipientes para armazenamento de leite materno farão parte da Semana. “Além do incentivo à amamentação, será um momento para discutir as estratégias e políticas públicas de incentivo ao aleitamento materno. Promover, apoiar e incentivar esse ato de amor é nossa função, afinal a amamentação é um direito do bebê e um dever materno”, argumenta Cynara.
Mamãe de primeira viagem, Francilândia de Souza, 22, aconchega orgulhosa o filho Wellington no colo para amamentar. Em um olhar trocado, a tradução do amor entre os dois. “Poder sentir meu filho assim no colo se alimentando com o meu leite é muito bom, não dá nem pra explicar. Ele abre o olhinho e me vê aqui pertinho. É muito lindo”, comenta.

BANCO DE LEITE
Há uma semana, a jovem Ádria da Silva, 19, deu entrada na Santa Casa com fortes dores. Era Ana Vitória batendo à porta do mundo apressada, com apenas cinco meses. Prematura, a menina permanece na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) até ganhar estabilidade. Enquanto isso, a mãe, duas vezes por dia, repete um ritual. “Venho pra cá tirar meu leite. Ela ainda não tá se alimentando, mas eu tiro pra congelar. Quando ela puder, já vai ter o estoque”, diz a jovem, enquanto faz a primeira coleta do dia que vai para o Banco de Leite da Santa Casa.
Por mês, a Santa Casa recebe em média 400 litros de leite materno. O suficiente para garantir apenas a nutrição de 45% a 50% dos bebês internados. “Com o que temos não é possível atender a todos os bebês. A prioridade é para a nutrição trófica [primeira nutrição] e os primeiros dias. A medida que crescem são alimentados por fórmula. O ideal, para nos aproximar dos 100%, seria duplicar as doações”, afirma Cynara Souza. Atualmente, estão cadastradas como doadoras na instituição 326 mulheres, a maioria delas de Belém.
Além da Santa Casa, há bancos de leite em Santarém e Bragança, mas de acordo com Cynara, um convênio entre Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) e Ministério da Saúde (MS) prevê, ainda para este ano, a implantação de outros quatro. “No próximo dia 28 deve ser inaugurado o primeiro, no Hospital Divina Providência. Os outros três têm previsão para serem implantados em Paragominas, Abaetetuba e Icoaraci. Com os novos bancos, a expectativa é poder atender alcançar o maior número de crianças possível”, antecipou.

Fonte: Diário do Pará

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