Os deputados estaduais
realizaram nesta segunda-feira (23.04) uma sessão solene de homenagem à
comunidade afro-religiosa paraense com a entrega da Comenda “Mãe Doca” a
nove pessoas, entre religiosos, mães e pais de santo e uma
pesquisadora. Um agradecimento na língua Banto foi feito ao final da
cerimônia por Ivanildo dos Santos (Nego Banjo), e o Babalorixá Pai Bené
(Benedito Saraiva Monteiro), de 93 anos, entoou músicas embalado ao som
de instrumentos de percussão, sendo acompanhado com passos de dança por
alguns presentes.
A sessão especial em
homenagem aos cultos afro-brasileiros foi instituída no calendário
oficial do Poder Legislativo, em 2009, após a aprovação do projeto de
autoria da deputada Bernadete ten Caten (PT) que estabelecia a entrega
de diploma e medalha a pessoas que trabalham na divulgação, manutenção e
preservação das manifestações da religião africana. Os agraciados são
indicados pelas bancadas dos partidos políticos com assento na
Assembléia Legislativa do Pará. A deputada Ten Caten não esteve na
sessão devido a um problema com o vôo que lhe traria de Marabá.
“O Poder Legislativo
tem que valorizar todas as culturas, manifestações religiosas e
expressões culturais, e não poderia ser diferente com os cultos
afro-brasileiros. A sessão é uma demonstração do respeito com a
diversidade, com a convivência pacífica e democrática”, expressou o
deputado Carlos Bordalo (PT), que presidiu a sessão, na abertura dos
trabalhos, antes da chegada do deputado Manuel Pioneiro (PSDB), que
coordenou a entrega de comendas.
O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL) fez um pronunciamento condenando toda e qualquer intolerância sexual, religiosa e racial.
“Estamos
nos sentindo como se as portas estivessem se abrindo para toda a
comunidade e esta sessão é um marco muito importante em nossa luta por
dignidade dos afro-religiosos”, expressou o Pai Fernando de Ogum,
presente na sessão especial. Já a homenageada Kátia Andrade pediu
respeito do Poder Legislativo. “Queremos um olhar mais voltado às
pessoas afro-descendentes, porque somos eleitores e temos o direito de
estar aqui e de expressar nossa religiosidade”, disse Kátia Andrade.
HOMENAGEM - A Comenda
‘Mãe Doca’ faz reverência ao dia 18 de março, dia de 1908, da prisão de
Rosa Viveiros, nome de ‘Mãe Doca’. Rosa foi detida por ser praticante de
cultos afro religiosos. A data é reconhecida como o dia do primeiro
toque de tambor, feito como forma de protestar por sua prisão àquela
época.
A sessão foi
acompanhada por diversos representantes de terreiros. Foram
homenageados: Anaisa Vergulino e Silva, antropóloga, indicada pela
bancada do PTB; Arthur de Moraes Marajó, indicado pela bancada do PT;
Benedito Saraiva Monteiro, pelo PV; Elizabeth Pantoja Rocha, pelo PSC;
Fernando Antônio Rodrigues, pelo PSDB; Ivonildo dos Santos, pelo PMDB;
Kátia Andrade, pelo PSOL; Maria Emília da Cruz, pelo DEM; e Vanda Lúcia
dos Santos Soares, pela bancada do PSB.
Fonte: ASCOM Alepa
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