terça-feira, 24 de abril de 2012

Comunidade afro-religiosa paraense é homenageada com comendas


Os deputados estaduais realizaram nesta segunda-feira (23.04) uma sessão solene de homenagem à comunidade afro-religiosa paraense com a entrega da Comenda “Mãe Doca” a nove pessoas, entre religiosos, mães e pais de santo e uma pesquisadora. Um agradecimento na língua Banto foi feito ao final da cerimônia por Ivanildo dos Santos (Nego Banjo), e o Babalorixá Pai Bené (Benedito Saraiva Monteiro), de 93 anos, entoou músicas embalado ao som de instrumentos de percussão, sendo acompanhado com passos de dança por alguns presentes.
A sessão especial em homenagem aos cultos afro-brasileiros foi instituída no calendário oficial do Poder Legislativo, em 2009, após a aprovação do projeto de autoria da deputada Bernadete ten Caten (PT) que estabelecia a entrega de diploma e medalha a pessoas que trabalham na divulgação, manutenção e preservação das manifestações da religião africana. Os agraciados são indicados pelas bancadas dos partidos políticos com assento na Assembléia Legislativa do Pará. A deputada Ten Caten não esteve na sessão devido a um problema com o vôo que lhe traria de Marabá.
“O Poder Legislativo tem que valorizar todas as culturas, manifestações religiosas e expressões culturais, e não poderia ser diferente com os cultos afro-brasileiros. A sessão é uma demonstração do respeito com a diversidade, com a convivência pacífica e democrática”, expressou o deputado Carlos Bordalo (PT), que presidiu a sessão, na abertura dos trabalhos, antes da chegada do deputado Manuel Pioneiro (PSDB), que coordenou a entrega de comendas.
O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL) fez um pronunciamento condenando toda e qualquer intolerância sexual, religiosa e racial.
 “Estamos nos sentindo como se as portas estivessem se abrindo para toda a comunidade e esta sessão é um marco muito importante em nossa luta por dignidade dos afro-religiosos”, expressou o Pai Fernando de Ogum, presente na sessão especial. Já a homenageada Kátia Andrade pediu respeito do Poder Legislativo. “Queremos um olhar mais voltado às pessoas afro-descendentes, porque somos eleitores e temos o direito de estar aqui e de expressar nossa religiosidade”, disse Kátia Andrade.

HOMENAGEM - A Comenda ‘Mãe Doca’ faz reverência ao dia 18 de março, dia de 1908, da prisão de Rosa Viveiros, nome de ‘Mãe Doca’. Rosa foi detida por ser praticante de cultos afro religiosos. A data é reconhecida como o dia do primeiro toque de tambor, feito como forma de protestar por sua prisão àquela época.
A sessão foi acompanhada por diversos representantes de terreiros. Foram homenageados: Anaisa Vergulino e Silva, antropóloga, indicada pela bancada do PTB; Arthur de Moraes Marajó, indicado pela bancada do PT; Benedito Saraiva Monteiro, pelo PV; Elizabeth Pantoja Rocha, pelo PSC; Fernando Antônio Rodrigues, pelo PSDB; Ivonildo dos Santos, pelo PMDB; Kátia Andrade, pelo PSOL; Maria Emília da Cruz, pelo DEM; e Vanda Lúcia dos Santos Soares, pela bancada do PSB.

Fonte: ASCOM Alepa

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