Rio de Janeiro – Um grupo de ambientalistas promoveu no fim da manhã de
hoje (22), no Rio de Janeiro, um ato simbólico para marcar o Dia da
Terra. Eles estenderam faixas e cartazes na areia da Praia de Copacabana
em protesto contra a proposta de alteração do Código Florestal
Brasileiro e a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Organizada pelo Comitê Fluminense pelas Florestas, com apoio do Grupo
de Trabalho do Rio de Janeiro de Mobilização para a Cúpula dos Povos (GT
Rio) e da organização não governamental (ONG) Greenpeace, a
manifestação seria uma passeata pela orla de Copacabana. Mas, por causa
da chuva que atinge a capital fluminense neste domingo, no entanto, o
grupo decidiu transferir o protesto para a área em frente ao Hotel
Copacabana Palace e marcar um novo dia para promover a Marcha pelo Meio
Ambiente. A data da marcha ainda será definida.
Para uma das organizadoras do movimento, Elzimar Gomes da Silva, apesar
de a chuva ter atrapalhado os planos iniciais do grupo, o protesto foi
importante para alertar os cidadãos sobre essas questões. “Precisamos
continuar a luta para mobilizar a população e mostrar que queremos um
Código Florestal melhor, que respeite o campo. As manobras políticas e a
maneira como o meio ambiente está sendo desconsiderado são questões
relevantes. Do jeito que está, o código autoriza a ocupação em
manguezal, em topo de morro e várias outras questões que são
prejudiciais ao meio ambiente”, explicou.
A coordenadora do grupo de voluntários do Greenpeace no Rio, Vânia
Stolze, que também participou do protesto, criticou a decisão do relator
do novo Código Florestal, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), de retirar do
texto aprovado pelo Senado o Artigo 62, referente às áreas de
preservação permanente (APPs) às margens de rios, que, segundo o
deputado, trata-se de um assunto que deve ser abordado em outro momento,
por meio de projeto de lei ou medida provisória.
“É escandaloso ter a margem dos rios desprotegida. O Brasil precisa da
sua água, toda a nossa geração de energia é feita praticamente a partir
de hidrelétricas. As alterações propostas no relatório geram um
retrocesso muito grande”, opinou. Vânia Stolze disse ainda que a
construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte é “muito preocupante”
pelo impacto ambiental “sem medida” que gera.
“A energia elétrica que será gerada não vai favorecer o Sudeste, que é
quem mais precisa no país, mas as siderúrgicas que estão instaladas lá
perto. Além disso, há questões como o desvio do Rio Xingu e a retirada
de um enorme volume de terra para a sua construção, que vão gerar
desmatamentos e outras consequências sobre as quais nem temos noção”.
Vânia lamentou ainda que o Brasil não tenha resolvido essas questões
antes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20. “Os ambientalistas estão muito desanimados
porque, com a realização da conferência, o mundo todo vira os olhos para
cá. O país pode se desenvolver, mas sem agredir tanto o meio ambiente”,
disse.
Também foram programados protestos em outras cidades do país. Em
Brasília, a organização não governamental ambientalista WWF programou um
voo do balão da ONG na Esplanada dos Ministérios, no coração da capital
do país. O balão é famoso por estampar um urso-panda, logomarca da WWF.
A esplanada concentra a programação do aniversário de 52 anos de
Brasília.
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
Fonte: Agência Brasil
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