Brasília – O relator do Plano Nacional de Educação (PNE), deputado
Angelo Vanhoni (PT-PR), ampliou a meta de investimento na área de 7,5%
do Produto Interno Bruto (PIB) para 8%, depois de acertar o percentual
com o governo.
O projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados desde dezembro de
2010 estabelece 20 metas educacionais que o país deverá atingir no prazo
de dez anos. O relatório foi aprovado pela comissão especial que
analisa a matéria, mas ainda serão votados os destaques no dia 26 de
junho, que ainda podem alterar o texto.
A meta de investimento em educação é a mais polêmica do projeto.
Atualmente, o país investe 5,1% do PIB na área. A proposta acordada com o
governo era 7,5%, revista hoje para 8%. Parte dos parlamentares da
comissão especial e entidades da sociedade civil, entretanto, pressionam
para um patamar de 10%. De acordo com o Vanhoni, o ganho de 0,5%
significa R$ 25 bilhões para a área.
A solução encontrada pelo relator foi incluir também um artigo no texto
do PNE que determina que 50% dos recursos do pré-sal, incluindo os royalties,
deverão ser utilizados diretamente em educação “para que no final de
dez anos de vigência do PNE seja atingido o percentual de 10% do PIB
para investimento em educação pública”.
“Infelizmente, essa discussão ficou muito politizada [dos 10% do PIB
para educação] porque senão tenho certeza que à luz da razão e dos dados
técnicos nós chegaríamos a um acordo e votaríamos por unanimidade”,
disse o relator.
A solução, entretanto, foi questionada pelos deputados já que a divisão dos royalties
será definida por leis específicas. O debate será retomado na próxima
reunião da comissão. Para o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), o
novo texto é uma “grosseira manipulação” para conseguir aprovar o
relatório de Vanhoni.
Vanhoni sugeriu que com o 0,5% a mais de investimento incluídos em seu
relatório seja aplicado para ampliar a educação integral ou melhorar o
custeio das matrículas em creche. A votação dos 160 destaques será
retomada dia 26. Depois de aprovado pela comissão o projeto segue para o
Senado.
Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Edição: Rivadavia Severo
Fonte: Agência Brasil
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