Curitiba - A paralisação dos servidores do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) atinge pelo menos dez das 30
superintendências do órgão, segundo balanço da Confederação Nacional das
Associações dos Servidores do Incra. Os trabalhadores estão em greve
por tempo indeterminado desde a manhã de ontem (18).
A categoria reivindica a reestruturação de carreiras, reposição
salarial de 22%, novas contratações por concurso público e melhoria das
condições de trabalho.
Dirigente da confederação, Reginaldo Marcos Aguiar informou à Agência Brasil que
até a próxima terça-feira (26) outras superintendências também devem
aderir à paralisação. “As assembleias ainda estão acontecendo nos
estados. Nossa expectativa é fazer a greve chegar a 70% ou até 90% dos
locais de trabalho na próxima semana”, disse Aguiar. “Hoje, a greve já
atinge regiões que concentram mais da metade dos assentados no país.”
De acordo com a Associação dos Servidores do Incra no Paraná
(Assincra-PR), a adesão à greve no estado chega a 40%. Dos 150
servidores do Incra no Paraná, 60 estão parados. Os trabalhadores
permanecem em vigília diante da sede estadual do órgão, em Curitiba.
“Estamos fazendo contatos com parlamentares e planejando algumas
manifestações públicas, que não fizemos até agora em razão da chuva”,
informou João Wagner Silva, diretor da associação.
Entre os serviços do Incra que devem ser afetados pela greve estão a
regularização fundiária, a certificação de imóveis rurais, o acesso a
crédito, a atualização cadastral de propriedades e os pedidos de
aposentadoria de trabalhadores rurais.
De 1985 a 2011, o quadro de pessoal do Incra foi reduzido de 9 mil para
5,7 mil trabalhadores. No mesmo período, o total de famílias assentadas
atendidas pelo órgão subiu de 117 mil para cerca de 1 milhão. Pelo
menos 2 mil servidores do Incra estarão em condições de se aposentar até
2014, o que aumentará o déficit de pessoal do órgão.
A categoria reclama ainda de distorções salariais em relação aos
servidores de outros órgãos públicos. A última greve do Incra, ocorrida
em 2010, durou até dois meses em alguns estados.
Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Edição: Juliana Andrade
Fonte: Agência Brasil
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