O presidente da Vale, Murilo Pinto de Oliveira Ferreira, confirmou ontem, em Belém, que a construção da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), no município de Marabá, é uma decisão irreversível no planejamento da empresa. A implantação da siderúrgica, segundo ele, nunca esteve condicionada a conveniências de governos ou de partidos políticos. “Entendemos que esta é uma demanda da sociedade paraense, e por isso estamos fortemente comprometidos com esse empreendimento”, acrescentou.
Murilo Ferreira admitiu, ao mesmo tempo, que a Vale poderá utilizar a logística ferroviária para viabilizar o complexo siderúrgico. O transporte ferroviário, já em estudos técnicos, passou a ser considerado como alternativa à hidrovia, em face da indefinição, na área governamental, em torno do projeto de derrocamento dos pedrais do rio Tocantins entre Marabá e Tucuruí. O presidente da Vale lembrou que a empresa já tem uma ferrovia pronta, e que chega praticamente a Marabá. “Nós só teríamos que fazer uma pêra ferroviária”.
Acrescentou que a Vale pretende investir cerca de US$ 21,4 bilhões no ano que vem, mas fez questão de esclarecer que esse valor, ao contrário do que tem sido divulgado, não representa uma redução dos investimentos da empresa. Destacou que a Vale investiu US$ 9 bilhões em 2009, chegou à casa de US$ 13 bilhões em 2010, e deverá fechar o ano de 2011 em torno de US$ 18 bilhões. O que aconteceu, conforme frisou, é que na previsão feita no ano passado para 2011 se falava em investimentos de US$ 24 bilhões, valor que acabou reduzido.
Explicou o presidente da Vale que esse descompasso se deveu ao fato de que nas previsões se incluíam projetos que ainda não estavam aprovados pelo Conselho de Administração da empresa e que nem mesmo tinham ainda o licenciamento ambiental. Para evitar isso, destacou que a Vale decidiu fazer o seu orçamento somente com os eventos já autorizados pelo Conselho e com licença ambiental na mão. “Então, o valor parece menor que a previsão. Mas, em relação ao dispêndio, ao investimento realizado este ano, ele vai ser superior”, esclareceu.
INVESTIMENTOS
Murilo Ferreira reafirmou também que a Vale mantém inalterados os investimentos previstos para a área de ferro. No último sábado, coincidindo com a estada dele em Carajás, a mina pioneira de Parauapebas atingiu a marca histórica de 100 milhões de toneladas/ano. A partir de 2016, com a ampliação de Carajás e a abertura de duas novas minas – a de Serra Leste, em Curionópolis, e a S11D, em Canaã dos Carajás –, ele disse que a Vale espera elevar a sua produção no Pará para 230 milhões de toneladas. Só a mina S11D, com entrada em operação prevista para 2016, vai produzir cerca de 90 milhões de toneladas por ano.
Na área do cobre, Murilo Ferreira confirmou para o segundo trimestre do ano que vem a entrada em operação, no município de Marabá, do Projeto Salobo, cujo cronograma sofreu um ligeiro atraso provocado por problemas – já superados, diz o presidente da Vale – com uma das empresas construtoras. O empreendimento entrará na segunda fase em 2013. A partir do ano que vem, com dois projetos em produção – o Salobo e mais a mina do Sossego, inaugurada em 2004 no município de Canaã dos Carajás, a Vale vai produzir 220 mil toneladas/ano de concentrado de cobre.
Fonte :RBA. (Diário do Pará)
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