sábado, 15 de outubro de 2011

Mensagem aos Professores

No Dia dos Professores, eu não conseguiria ser mais assertiva que a companheira Edilza Fontes, nesta bela, singela e carinhosa mensagem aos nossos!
Grande abraço a todos os professores,
Professora Bernadete.
  
No dia 15 de outubro, data do Dia do Professor, me vem à lembrança o trecho inicial de um antigo canto ambrosiano, “Ecce sacerdos Magnus...”, entoado nas liturgias destinadas às ordenações sacerdotais da Igreja Católica. Antes que me interpretem como defensora do exercício do professor como sacerdócio gratuito, enfatizo que a atividade do magistério é profissão, deve ser muito bem remunerada e seguir os preceitos formais exigidos em qualquer profissão.
Não posso, entretanto, deixar de homenagear os professores com essa licença hermenêutica. Que tão bela profissão pode nos conceder o sagrado ofício de ensinar? Nós, professores e professoras, exercemos sim um magistério magnânimo, cuja liturgia se perpetua no espaço sagrado da sala de aula, produtora da única certeza: a eterna dúvida. Como não perceber o ritual litúrgico da produção do conhecimento? Como não suscitar o sagrado desejo da dialética? Da pedagogia da autonomia? Nada mais apropriado ao sagrado ofício.
Pelo fato de se consagrar sagrado, na metáfora social instituída, o exercício do magistério, há muito é mais sacro ofício de “sacrifício” do que a manifestação da sagrada arte de ensinar. Salas de aulas cheias, baixos salários, reduzidíssimas motivações e intolerâncias do poder público no trato das questões educacionais, têm oferecido aos nossos mestres, altares de imolações e desesperos; aflições da alma a obscurecer os espíritos.
Nos últimos anos, o Governo Estadual tem perpetrado algumas conquistas: reformas nas escolas, democratização da gestão e principalmente a efetivação de concursos públicos. Pouco a pouco, estamos deixando a invisibilidade temporária à estabilidade visível e necessária ao bom exercício da profissão. Há muito, porém a avançar. Os Planos de Cargos e Salários ainda são quimeras no Estado e no Município. As greves no magistério quase sempre tratadas como “caso de polícia” e com pouca tolerância no trato de nossas questões essenciais.
Ainda assim, 15 de outubro soam mais que simbólico. É dia de reflexão e luta! No calendário litúrgico, é dia de férias, de celebração da crítica e de esperança por dias melhores. Quem sabe podermos num advento qualquer, anunciar com orgulho nosso sagrado ofício, e assim em ejaculatória sonora afirmar: “Ecce Sacerdos et sciencia”.

Fonte: Blog da Edilza Fontes

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